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Postado em 19 de Maio de 2017 às 13h53

Missão empresarial do NTIC para Florianópolis

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Conhecer o ecossistema de inovação de Florianópolis e como a região do litoral está organizada para gerar integração entre empresas, universidades e setor público para desenvolver tecnologias e métodos inovadores, tornando-se uma das regiões mais inovadoras do Brasil, onde a matriz econômica de tecnologia ultrapassa o turismo. Esse foi o objetivo do Núcleo das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (NTIC) da Associação Comercial e Industrial de Chapecó (ACIC) e da Associação Polo Tecnológico do Oeste Catarinense (Deatec) ao realizar uma missão técnica à Florianópolis.

O coordenador de Marketing do NTIC, Gustavo Damschi, comenta que há tempo o grupo observa esse movimento. “Sempre nos perguntamos: como começamos a estruturar e organizar um ecossistema de inovação? Como Florianópolis conseguiu? Quais os desafios e agentes que devem participar? Para responder essas e outras perguntas, resolvemos fazer a viagem, além de nos aproximarmos ainda mais com a região do litoral”, relatou.

Damschi explica que o ecossistema de inovação, segundo pesquisas mundiais, é composto por cinco ingredientes principais: talento, densidade, cultura, capital e regulamentos.

Talento

O conceito é alavancar o investimento em capital humano através de trabalhos flexíveis que atraem pessoas com diversas habilidades e experiências.

Em Florianópolis, as universidades iniciaram o processo junto com empresas por meio de projetos inovadores. Através da Fundação Certi criou-se a incubadora Celta, a primeira na América Latina. Nela, os projetos inovadores e de pesquisa das universidades e das empresas são desenvolvidos. “Com o tempo, foram criados diversos centros de inovação que são administrados pela Fundação Certi, com apoio das empresas, da Associação Catarinense de Tecnologia (Acate), universidades da região, do MIT dos EUA, entre outras fundações e instituições que motivam a atração, retenção e formação de talentos”, explanou Damschi.

O grupo de empresários visitou o Labelectron, um dos centros de inovação da Certi, onde observaram como é o processo de produção de placas eletrônicas e como funciona um laboratório de testes. “Descobrimos que ‘processos são mais importantes que produtos’, nas palavras do engenheiro da Labelectron”, relatou o nucleado.

Outra visita foi ao centro de convergência digital e mecatrônica da Certi. “Grandes inovações acontecem lá, como a impressora fiscal, software para Smart TV, protótipo da urna eletrônica, OLED, entre outras. Muitas delas a partir de trabalhos de mestrado e doutorado. Outro centro que nos impressionou foi o de metrologia que surgiu inicialmente com professores do curso de Engenharia Mecânica. Possui as mais modernas máquinas de calibração e a impressionante tecnologia de tomografia de peças que possibilita aprimorar a produção da indústria brasileira com testes mais precisos e com qualidade”.

Em visita à Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) e ao Senai, o grupo de empresários conheceu os laboratórios e métodos diferenciados focados na Indústria 4.0 ou indústria avançada, com tecnologias como internet das coisas (IoT) e Big Data para indústria. “A Fiesc e o Senai mudarão para o Sapiens Parque para se integrar ainda mais ao ecossistema inovador”, comentou Damschi.

Densidade

A densidade é a criação de hubs, conscientização da imprensa, construção de redes com mentores e ligação de acadêmicos e pesquisadores com empresas. Florianópolis consegue fazer muito bem isso, principalmente com a Acate e o Sapiens Parque. “Tudo está interligado na região do litoral. Visitamos a Acate e identificamos que é o ponto de encontro entre surgimento de ideias, geração de negócios, eventos semanais fomentando a inovação, aceleradoras, incubadoras e projetos pioneiros com a intensão de, cada vez mais, unir empresas, universidades e inovação. A organização e infraestrutura da Acate é impressionante e de primeiro mundo, respira inovação e negócios”, salientou o coordenador de marketing do NTIC.

Além disso, o projeto do ecossistema da capital do Estado é maior com o Sapiens Parque. Uma área gigantesca no norte da ilha que tem objetivo de reunir empresas, universidades, instituições, associações, laboratórios, todos os agentes para promover ainda mais a inovação de forma orquestrada e planejada. “O que nos chamou atenção foi que teve um grande apoio dos governos estadual e municipal, o que fez toda a diferença”, destacou Damschi.

Cultura

Sobre cultura de inovação, é preciso destacar empreendedores como modelos de conduta e fracasso como parte do processo de aprendizagem, ensinar habilidades e incentivar a comunicação. Em visita a todos os ambientes como Acate, Certi, UFSC, Sapiens Parque, Senai, Softplan, o grupo de empresários percebeu que a cultura da inovação está presente. “Existe algo intenso e inexplicável. Resumindo, a região respira inovação, empreendedorismo e negócios”.

Essa cultura foi verificada nas visitas ao Design Lab da UFSC. O local possui tecnologias necessárias para inovar no campo da realidade virtual, escaneamento 3D, captura de movimentos no Tecmidia, além de super máquinas com processamentos impressionantes. As tecnologias dão condições de fazer projetos ousados e que ajudam o campo da medicina, engenharia e design. As ideias partem de dentro da sala de aula, de teses de mestrado e de doutorado. A captura de movimento, que é utilizada para desenvolvimento de filmes, jogos e medicina, é única no Brasil.

“Visitamos a maior empresa de software do País, a Softplan, localizada no Sapiens Parque. É uma empresa com uma infraestrutura impressionante de padrões internacionais e conceitos de incentivar o intraempreendedorismo, a inovação, criação de startups com seus funcionários e clientes. Possui programas que o funcionário pode ser sócio da empresa, além de promover eventos que envolvem a sociedade como maneira de fomentar a cultura de inovação”, relatou o nucleado.

Capital

Investidores podem mentorar empreendedores ao longo de suas jornadas e os decisores políticos podem tornar mais fácil o capital. Isso quer dizer que precisa ter incentivo do governo e também a alternativa de investidores privados, como aceleradoras, incubadoras, investimento anjo, entre outros modelos para gerar capital.

A fundação Certi, criadora do Sinapse da Inovação, um programa que algumas empresas de Chapecó participaram e receberam incentivo, é uma maneira para quem está começando, além das incubadoras, aceleradoras e investimento anjo da Acate, a incubadora CELTA da Certi, entre outros agentes que incentivam o desenvolvimento de inovações.

“Visitamos o Badesc, um banco que possui linhas de créditos para projetos inovadores, construção de empresas, expansão de negócios. Falamos com o presidente, José Caramori, sobre os desafios de desenvolver um projeto, de ter garantias para buscar recursos e o acesso às linhas de créditos”.

Regulamentos

Apoiar empreendedores propiciando estabilidade e usando o sistema fiscal para incentivar investimentos, decisões de riscos e formação de capital. “Para sabermos como está este ingrediente em Florianópolis, nos reunimos com o secretário de Desenvolvimento Regional e Inovação de Santa Catarina. Um dos temas abordados foi sobre a rede de inovação que está sendo criada com a construção dos Centros de Inovações em 13 cidades estratégicas, onde Chapecó está incluída”.

De acordo com Damschi, o grupo se surpreendeu com as informações recebidas. O projeto da rede de inovação pelo Estado é pioneiro mundialmente, com objetivo de conectar as cidades e centros de inovação para compartilhar conhecimento, tecnologias e desenvolver inovações em conjunto. Os estudos sobre este projeto são interessantes para promover o incentivo e infraestrutura que terá como ponto de encontro a tríplice hélice: o governo, as universidades e as empresas.

Além das leis de incentivo fiscal e da internet, Florianópolis tem a vantagem de ser capital e ter um apoio gigantesco do Governo do Estado. Um dos exemplos é a área de terra do Sapiens Parque e infraestrutura básica que chegam na casa de R$ 250 milhões.

“Em resumo, percebemos que precisamos cada vez mais fomentar o associativismo, empreendedorismo e inovação, com objetivo de unir as empresas, instituições, universidades e governo. Sabemos que estamos no caminho certo e o aprendizado dessa viagem vai contribuir para encontrarmos um modelo que ajude a formar o ecossistema de inovação, que apesar de necessitar de muitos esforços, evolui de forma orgânica. Precisamos de mais apoio e ritmo mais acelerado do governo para o desenvolvimento do Polo Tecnológico. Alguns agentes como a ACIC e NTIC, juntamente com a Deatec, terão papel fundamental para o desenvolvimento do ecossistema”, concluiu Damschi.

O coordenador do NTIC, Rudimir Araldi, enfatizou que a missão atendeu e superou as expectativas. “O que presenciamos e vivenciamos em Florianópolis com certeza ampliou os horizontes de todos. Agradeço aos que participaram, à Deatec pela parceria e comprometimento e à Nova Turismo que mais uma vez demonstrou sua peculiar competência”, finalizou.

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