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Postado em 10 de Fevereiro de 2016 às 08h57

Um passeio na capital mundial da Inovação

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Recentemente um grupo de empresários, na grande maioria chapecoenses, realizaram uma missão empresarial internacional ao Vale do Silício, que compreende uma região próxima a São Francisco, uma das principais cidades da Califórnia nos Estados Unidos. Uma das cidades referências do Vale é Palo Alto, onde desde 1950, empresas de tecnologia surgiram ou se instalaram. Empresas que possuem em seu DNA o mais puro conceito de inovação tecnológica.
O lugar é chamado assim, pois naquela época grandes empresas que ali se instalaram apostaram que o silício seria o futuro na substituição do germânio como semicondutor nos transistores. Do fracasso destes empreendimentos surgiram empresas como a Intel, hoje, líder mundial na fabricação de microprocessadores. Além da Intel estão instaladas no Vale empresas como Facebook, Google, HP, Yahoo, Microsoft, Oracle, Motorola, Netflix, Apple dentre outras milhares que são líderes mundiais em seus segmentos.

O objetivo da viagem era proporcionar aos participantes ter contato e visualizar, na prática, o que as empresas de lá estão fazendo e, principalmente, como estão fazendo para transformar seus ambientes em inovadores. O que vimos foi algo muito mais do que isto, muito mais intenso e, de certa forma, muito mais simples do que imaginávamos, mas não tão fácil de implantar, complicado não? Deixe-me explicar...

Um diferencial muito grande foi percebido em todos os lugares que passamos e isto não abrange somente as empresas que visitamos e sim as ruas, os restaurantes, as lojas, o supermercado, etc. Desde a sensação de segurança, o respeito um com o outro, o atendimento cordial, o exemplo, a ética, etc. Pergunto: uma criança que desde berço convive em um ambiente onde não há o sentimento de insegurança, por si só, não se tornará alguém que tenha mais coragem? Coragem para fazer mais, para estudar mais, para participar mais da comunidade, para empreender e, finalmente, para inovar? É claro que sim, junte a outros inúmeros fatores e pronto, não é simples?

Além disso, há um esforço muito grande para que erros não se tornem frustrações. Em um dos diversos pavilhões transformados em oficinas para os alunos da Universidade de Stanford, que também visitamos, há uma placa com uma frase atribuída a John Cage dizendo: “Nada é um erro. Não há vitória nem derrota. Existe apenas ‘Faça’”. São comuns exemplos de fracassos como falir três ou quatro empresas. Porém na sequência outro empreendimento dá certo e o resultado são lucros exorbitantes na venda ou na continuidade dos negócios. A forma de que se trata um erro ou uma falha define inclusive o perfil do empreendedor americano. 

Quando pensamos em como será o futuro, pensamos em automóveis voadores, pílulas mágicas, veículos que te levem para lá e para cá sozinhos, viver eternamente. Enfim... não chegamos lá ainda, mas vimos veículos autônomos no Google, carros 100% elétricos com computador de bordo e piloto automático que dirige sozinho em longas distâncias nas rodovias, como o Tesla, impressoras 3D que criam medicamentos através de fórmulas ou roupas sem emendas ou costuras, serviços compartilhados como o Uber, ZipCar, Airbnb e Instacard que facilitam a vida das pessoas. Enquanto isso, no Brasil, fazemos longos e burocráticos planejamentos e planos de negócios para nossas empresas crescerem X% em X anos. Lá, eles idealizam e prototipam projetos como o da Google que visa fazer o homem vivem 1.000 anos, isso mesmo: 1 milênio. E se eles errarem feio e atingirem “somente” 20% desta meta?

Quantas pessoas que você conhece que seja funcionário de alguma empresa que não fica contando os dias para tirar férias ou para aquele feriadão prolongado chegar? Nos EUA, as empresas não são obrigadas a dar férias, vale alimentação, 13º ou controlar o ponto. A justiça trabalhista é quase nula e atua, única e exclusivamente, em avaliar se o acordo feito entre o “patrão” e o “empregado” foi cumprido. Percebam que algo lá foi transcendido e prevaleceu o que importa: a produtividade, a qualificação e o desenvolvimento de todos.

Outro fator importante e também decisivo para o sucesso dos americanos é que se você fazer algo errado, dificilmente (muito dificilmente) você ficará em pune. Isto fortalece o sentimento de ética e promove a relação de “ganha-ganha” entre pessoas e empresas. Fica latente que, em nosso país, a impunidade está impregnada na cultura do povo e principalmente em nosso sistema judiciário.

Resumindo: hoje, em nosso país reclamamos disso, daquilo e daquele outro e cobramos infraestrutura, mas esquecemos do essencial: a cultura que, na minha opinião, começa a ser formada através da educação e da manutenção da unidade familiar. A consequência disso é tudo que vimos de bom por onde passamos.

Temos um desafio enorme e aprendemos com eles: não espere as coisas caírem do céu, não espere alguém fazer algo para você, principalmente, o governo. Precisamos transformar nossas empresas em inovadoras e isto não se faz por decreto ou estabelecendo horários. Você não pode querer que alguém, que é extremamente produtivo durante a madrugada ou a noite, tenha o mesmo desempenho durante o dia.

E outra coisa: a experiência não importa. Mentes revolucionárias como Mark Zuckerberg (fundador do Facebook), Bill Gates (fundador da Microsoft) e Steve Jobs (Fundador da Apple) estavam iniciando suas graduações quando criaram suas empresas que atualmente possuem em caixa mais dinheiro que o governo americano e muito mais usuários que toda população da China, Europa e Estados Unidos somados.



CURRÍCULO RESUMIDO:
Natural de Palmitos, em Chapecó desde 1996, casado com Daniela e pai da Letícia.
Graduado em Ciências Contábeis, pós-graduação em Gestão de TI em Engenharia Da Produção. Sócio Proprietário das empresas: VISION SYSTEM, ONSIS, BEAN WEB, VEGA e INFOGER. Além disso, foi Vencedor NACIONAL, em 2014, do MPE BRASIL Categoria TI, duas vezes finalistas Estadual, VENCEDOR da Categoria TI em 2009 e 2013 e Na categoria especial. Responsabilidade Social em 2013 e finalista em Inovação; agraciado com o Troféu “ O DESBRAVADOR” em 2011 na CATEGORIA ESPECIAL DE DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO. Atual Diretor Administrativo da ACIC. Atual diretor e pres. do Conselho Diretivo do DEATEC. Participante do NTIC. Participante no projeto CHAPECÓ 2030. Participa ativamente da comissão para viabilizar o Projeto do Parque Tecnológico Empresarial.
Site da empresa: www.grupovisionsystem.com.br

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